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DEMO (2017)

by Prayana

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1.
Acho que o mais incrível de um zine é a ideia de você não precisar de uma editora ou alguém que vai querer ser bajulado pra publicar suas coisas, é de uma força muito grande e é claro que vão tentar diminuir a beleza e a força dos zines porque nada que carrega essa autonomia foda e com poder tão grande de construir noções e caminhos vai ser visto com bons olhos, então você em algum momento vai achar que zine é pouco e livro é foda, mas olha que doido, eu quero mesmo olhar no olho de cada pessoa que irá ler o que escrevo, dar um abraço em quem mostra interesse no que expresso e livro é lindo ok, eu acho também, mas os dias vão passar e cada vez mais os zines vão retornar às sub e contraculturas e vamos nos apropriar desse monte de papel copiado de novo e de novo porque corta e cola é autonomia e ninguém vai te tirar mais nada nem essa vontade de fazer e construir um jeito novo pra tudo.
2.
Eu não consigo pensar o punk senão como um monte de gente desajustada tendo a chance de criar por elas mesmas, de entender e ser afirmada por uma comunidade sem ajuste algum, mas que acredita na mesma liberdade de se construir formas de viver e é nisso que nos reconhecemos, na forma como fazemos e nos relacionamos. Mas alguém disse por aí que a música tem seu valor, que ela traz o ajuste que a cena precisa, que a cultura tem que ser revisitada e olha, a gente tá tudo velha mais ou menos e poderia ta muito bem sentada no sofá ouvindo deadfish depois do trampo, mas não vejo nada de diferente de qualquer outra maneira de me adequar numa realidade que não me cabe, de me ajustar num cenário que precisava mesmo era deixar de existir. Não há ajuste para nós desajustads.
3.
4.
É um conflito que fico besta de ver, nossas crianças com seus 10 anos pra baixo vindo com uma latência tão grande em sentir o mundo, doidas pra cagar nas regras porque né, tá fácil não esse ritmo lento de umas normas morais de doismilanos de deus sei lá o que. Mas cagar mesmo, prontas pra encher a barriga de coisa nova e todas as possibilidades que um mundo em queda permite, que uma realidade já destruída oferece e é foda porque o conflito tá aí, nessa ruína tem um monte de gente que esbarra nessa construção e tenta reforçar o que já não tem mais jeito. E nem sei o quanto de madeira podre é preciso pra se construir algo sólido, mas sei que essa criançada não vai se contentar com xepa de livro do Paulo Coelho, sáporra não serve pra nada mesmo.
5.
Como você define seu espaço me mostra o que você entende como público, música e na mesma medida, como você se relaciona com eles. E é isso, as casas de shows sempre vão existir e tentar jogar aquele canhão de luz escroto na cara de geral que ainda não percebeu que palco é pra espetáculo, que a cerveja 8 conto vale mais pro productor do que sua vivência no rolê e no quanto tem aprendido com as minas que tocam e fazem zine, com os coletivos que te mostram o quanto você pode mais. E aí o tempo vai passar e ninguém vai entender nada e vai repetir aquela frase “foi só uma fase”, sentado num bar qualquer bebendo cerveja a 5,50.
6.
7.
8.
Quando a gente fala que todos são, é mais que uma simples generalização, tem a ver com doutrina e comportamento, coisas que são base e sustentam a estrutura toda. Mas você pode confundir numa boa, a gente não liga, pode falar que a gente acha todos os gatos lindos porque somos tudo anarcodestruidoras da moral doida aí, isso não vai tirar efeito nenhum do que realmente pensamos e queremos que um dia role, e acho que isso só vai acontecer quando a ideia de autoridade for por água abaixo, quando a gente deixar de achar que segurança tem a ver com arma e intimidar e não como condição de existir e se fazer na vida sem a pressão de uma lógica podre de engravatado, nem a impressão de que tudo está errado porque alguém em algum momento disse o que era certo. Todos os policiais são bastardos e isso um dia vai deixar de ser ofensa pra alguém e virar mote e guia pra tods.
9.

credits

released May 15, 2017

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Prayana Vitoria, Brazil

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